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Diversidade étnica, cultural e religiosa em Israel

Israel, do ponto de vista geográfico, é um país muito pequeno e seu território caberia dentro de um pequeno estado brasileiro, como Sergipe. Para se ter uma ideia, o Brasil possui uma área total de 8.515.767 km², enquanto Israel tem apenas 20.770 km²; ou seja: uma área 410 vezes menor que a do nosso país. Independente disto, Israel é densamente povoado em relação à sua área: ao todo, são quase dez milhões de habitantes!

A maioria da população é composta de judeus (80% aproximadamente, o que equivale a mais de sete milhões de pessoas); o restante composto por árabes, drusos, e beduínos, além de imigrantes de todo o mundo que vivem em Israel.

Em Israel, a diversidade étnica e religiosa é protegida por lei e vista como uma fonte de força para o país. Uma curiosidade é que, de acordo com o site do Instituto Brasil Israel (IBI), o país não é um estado laico, o que significa que não há divisão entre religião e estado, podendo ser considerado então como um estado teocrático.

Israel éconsiderado um estado não laico porque as características do Judaísmo afetam diretamente as pessoas, com seus dogmas e práticas religiosas diárias. Entretanto, é importante lembrar que apenas 4,5% da população judaica é formada de ultraortodoxos. 13% são considerados ortodoxos e a grande maioria leva uma vida normal, respeitando apenas as datas e tradições locais.

As demais religiões em Israel respondem por 20% da população: Islamismo, Cristianismo e Bahaísmo (esta última, de origem abraâmica monoteísta, prega a união espiritual de toda a humanidade).

Judaísmo, Cristianismo e Islamismo são as religiões mais praticadas em todo o mundo e também são as principais em Israel.

De acordo com a Jewish Virtual Library,a liberdade religiosa é protegida por lei desde a declaração da independência de Israel, que foi promulgada em 1948.

Além do hebraico, árabe e russo, mais 33 línguas e dialetos são falados em Israel

Com maioria judaica, o hebraico é a língua oficial de Israel e quase toda a população o fala como língua nativa ou, ainda, como segunda língua, no caso dos residentes estrangeiros no país. O russo e o árabe são utilizados pela minoria árabe de Israel e pela grande população de imigrantes da antiga União Soviética que se estabeleceram no país.

No caso dos drusos, uma minoria étnica de aproximadamente 122.000 pessoas que vivem em 22 aldeias no norte de Israel, o idioma falado é o árabe, embora não sejam considerados “muçulmanos” por muitos residentes de origem muçulmana que vivem na região.

O inglês, por sua vez, é falado por uma proporção significativa da população israelense, dado o fluxo imenso de turistas todos os anos, sendo a maioria proveniente dos Estados Unidos. Isto explica, também, porque logotipos oficiais e sinais de trânsito aparecem em inglês ao lado do hebraico e árabe.

O Ethnologue, promovido pela Sil International, uma instituição que pesquisa e lista todos os anos as línguas vivas em todo o mundo, afirma que há, ao todo,36 idiomas e dialetos falados em Israel.

Um mosaico de cultura que data de milênios antes de Cristo

A diversidade cultural de Israel é muito grande devido à heterogeneidade de sua população. O resultado se traduz nos costumes e crenças do país.

Israel é o único país do mundo onde a vida é fundamentada no calendário hebraico!

De todas as partes do mundo, os judeus que não residiam em Israel em função da diáspora passaram a levar para aquele país suas tradições culturais e religiosas e, assim, aconteceu o amalgamento da cultura daquele país.

O movimento sionista (que defendia a criação de um estado independente para os judeus na Palestina) iniciou-se a partir do final do século XIX e também contribuiu para o enriquecimento cultural do país, bem como a história e tradições de árabes e outras minorias étnicas que lá estabeleceram moradia.

Ainda hoje, todas estas influências se refletem nas áreas da filosofia, literatura, poesia, artes, mitologia, música e folclore regional.

Encantamento, música e dança nas ruas de Israel

Israel recebeu influências musicais que vieram de todas as partes do mundo, o mesmo fenômeno que terminou por dar uma identidade diversificada a tantos outros campos das artes e cultura.

De norte a sul do país, a música que se escuta nas ruas possui elementos iemenitas, melodias Hasidic, música árabe, grega, jazz, pop e rock.

A música de Israel é uma combinação que se originou de tradições judaicas e não-judaicas ao longo de aproximadamente um século e meio para criar uma cultura musical distinta.

Em muitas cidades, é comum se deparar com músicos de rua, que tocam praticamente de tudo – da música judaica tradicional aos ritmos mais modernos.

A Orquestra Filarmônica de Israel se apresenta por todo o país e no exterior, embora cada cidade possua sua própria orquestra.

As danças folclóricas são populares em Israel e as companhias modernas de dança, com destaque para a Batsheva Dance Company, são altamente aclamadas em todo o mundo. Pode-se dizer que um traço marcante da dança israelita reside em sua energia e vitalidade!

Israel: uma “ilha” de exceções culturais localizada no Oriente Médio

A cultura de Israel é única quando comparada com a dos demais países do Oriente Médio. O Terra Santa pesquisou e listou abaixo para você um resumo destas especificidades em que Israel se contrasta tanto com os países vizinhos. Vamos conferir?

Israel é um país marcado pela liberdade religiosa, enquanto os demais são islâmicos!

– Os israelitas são conhecidos por serem extremamente diretos e assertivos no seu estilo de comunicação quando comparados com os vizinhos!

– Em relação à família, os israelitas são, via de regra, bastante apegados aos familiares e passam muito tempo com eles!

– O legado cultural de Israel é extremamente diversificado no que tange as inúmeras formas de expressão artística como a música e dança (já citados acima), e a literatura marcante com muitos escritores explorando temas como identidade, história e política. A arte, por sua vez, com novas e renovadas formas de expressão!

– A culinária também merece destaque e é uma fusão da cozinha judia com sabores árabes. Pratos como falafel, homus e shakshuka são populares em todo o mundo!

Jerusalém versus Tel Aviv

As duas principais cidades de Israel, Jerusalém e Tel Aviv, apesar de suas diferenças marcantes, são consideradas os principais polos culturais do país.

Tel Aviv está localizada na planície costeira central de Israel e possui aproximadamente 15 km de costa. A cidade é a segunda mais populosa do país (em torno de meio milhão de pessoas), seguida de Jerusalém, cuja população é praticamente o dobro. Em relação ao fluxo turístico, antes da pandemia, Jerusalém recebeu 4,5 milhões de turistas e Tel Aviv 2.5 milhões.

De acordo com o site Israel by Locals, os principais contrastes entre as duas cidades são os seguintes:

– Em função da sua modernidade e as características de sua população jovem e liberal, pode-se dizer que Tel Aviv é uma cidade secular, enquanto Jerusalém é uma cidade religiosa e conservadora;

Tel Aviv é famosa por ser um polo de tecnologia, enquanto Jerusalém é conhecida pela sua atmosfera acadêmica;

– Do ponto de vista das atrações turísticas, as duas cidades têm muito a oferecer: Tel Aviv é famosa por suas praias, com uma vida noturna bastante agitada. O contrário acontece em Jerusalém, uma cidade calma, marcada por sua rica história e cultura, que incluem locais sagrados tanto para judeus quanto para cristãos e muçulmanos. Em ambas as cidades, no entanto, há uma oferta enorme de museus, galerias de arte e restaurantes;

Museus de Israel

Com mais de 200 museus, Israel curiosamente detém o recorde do maior número de museus per capta de todo o mundo, com milhões de visitantes todos os anos.

Os principais museus de Israel estão localizados principalmente nas cidades de Tel Aviv, Jerusalém, Haifa e Herzliya, entre outras.

O principal deles é o Museu de Israel, um dos principais museus de arte e arqueologia do mundo, cuja coleção possui mais de meio milhão objetos! Lá, é possível ver de perto os pergaminhos do Mar Morto, uma coleção de manuscritos muito antigos, descobertos em cavernas localizadas entre Israel e Jordânia. De acordo com especialistas, os pergaminhos foram escritos entre os séculos II a.C. e I d.C. em hebraico, aramaico e grego, e incluem conteúdos religiosos, históricos e filosóficos. Os documentos são considerados os exemplares mais antigo sobre a Bíblia Hebraica já encontrados e trazem informações sobre a vida e as crenças dos judeus da época.

No Museu de Israel, também é possível conferir uma coleção imensa de artefatos que datam da pré-história até o período otomano. Além disso, o museu possui uma enorme coleção de arte contemporânea israelense e internacional, que incluem trabalhos de artistas como Pablo Picasso, Salvador Dalí e Marc Chagall.

Rubens Lacorte, 57, é jornalista, redator institucional, professor e tradutor intérprete. Apaixonado pelo setor turístico, há 10 anos está à frente de vários projetos da área de marketing da Holding Viajar e há mais de três décadas acumula experiências de viagens a lazer, estudo e trabalho no Brasil e exterior.